Hilton Coelho pode perder mandato após invasão de professores na Câmara de Salvador

ALBA recebe denúncia por cassação; deputado alega perseguição política. Caso divide opiniões

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) começou a analisar um pedido de cassação do mandato do deputado Hilton Coelho (PSOL), acusado de incitar depredações durante um protesto de professores na Câmara Municipal de Salvador, no último dia 22 de maio.

A denúncia, encaminhada pela Mesa Diretora da Câmara, foi protocolada nesta segunda-feira (26) pelo vereador Alexandre Aleluia, que alega que “a conduta do deputado Hilton Coelho é incompatível com os princípios éticos e democráticos que devem orientar um representante do povo. Como Corregedor, é meu dever zelar pela integridade desta Casa e buscar a responsabilização pelos atos cometidos”

O que diz a denúncia?

  • Documentos anexados ao processo mostram imagens de professores quebrando vidraças e mobiliário do prédio histórico durante reivindicações por salários atrasados.
  • Hilton Coelho não aparece cometendo atos violentos, mas é acusado de “estimular a invasão” ao discursar no local e não conter os manifestantes.

“Professoras e servidores que ocuparam a casa do povo por não concordar com a proposta absurda da prefeitura são criminosos, enquanto ladrões do orçamento público são tratados como amigos pelos vereadores e aliados do prefeito”, afirmou Hilton Coelho em entrevista.

Sobre a denúncia, ele declarou:  “lutar não é crime. Para a extrema-direita, famosa por defender golpistas e corruptos, lutar pela educação e direitos dos servidores é condenável”.

Reações na ALBA:

  • Bancada governista (PT e aliados) evita se posicionar, mas líderes do PL e Republicanos defendem a investigação.
  • PSOL e PDT classificam o processo como “criminalização dos movimentos sociais”.
  • Especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo portal destacam que, para cassação, é preciso provar dolo direto do deputado nos danos – o que pode ser difícil.

Próximos passos:
A Mesa Diretora da ALBA tem 10 dias para decidir se aceita a denúncia. Se aprovada, o caso segue para o Conselho de Ética, onde Hilton Coelho poderá apresentar defesa.

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