Governador rebate críticas com ironia sobre dança e cobra posicionamento da oposição sobre medida dos EUA

A tensão entre o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), ganhou novo capítulo nesta semana, com trocas de farpas envolvendo forró, gestão e até o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil.
Durante evento da Conder, em Salvador, Jerônimo ironizou um vídeo em que ACM Neto aparece dançando forró no interior: “Ele agora é um dançarino típico. Não vi ele fazendo nada, só dançando forró, por sinal, muito mal. Eu vou ter que colocar ele numa escola de dança porque ele dança ruim.”
A provocação, no entanto, veio acompanhada de cobrança política. O governador questionou o silêncio do opositor diante da tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre exportações brasileiras. A medida é vista como retaliação à suposta “perseguição judicial” contra Jair Bolsonaro. “Eu ainda não ouvi ele falar se é a favor do tarifaço, se ele é a favor dessa postura dos bolsonaristas. Estão muito tímidos com relação a isso. Eu estou preocupado com o impacto na economia baiana.”
A resposta de ACM Neto veio no mesmo tom. Para ele, o governador estaria desviando o foco dos problemas graves do estado: “Ele foi eleito para governar, não para ser fiscal de dança de forró.”
O ex-prefeito mencionou ainda o aumento da violência em cidades do Baixo Sul como Camamu e Cairu, e concluiu: “Governador Jerônimo, se o senhor quer encontrar alguém para me ensinar a dançar forró, tudo bem. Mas antes, aprenda a governar a Bahia.”
A vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos (PDT), também saiu em defesa de Neto, destacando sua trajetória administrativa: “Eu não sei dançar muito forró, mas sei trabalhar. Ele foi um excelente gestor.”
O embate revela o tom que deve marcar a pré-campanha para 2026, com a disputa entre o grupo de Jerônimo e o de Neto cada vez mais nacionalizada, agora com ingredientes internacionais.