Ex-candidato à prefeitura de Camaçari revela bastidores do grupo político e acusa “traidores” internos após filiação ao PL

No último episódio do podcast Politiquestion, o ex-presidente da Câmara de Camaçari e ex-candidato à prefeitura, Flávio Matos, detalhou o rompimento com o grupo liderado por Antônio Elinaldo, expondo um racha interno motivado por traições e disputas de poder. A reviravolta se consolidou com sua mudança para o PL, sinalizando nova fase na política local.
O ponto de ruptura começou quando Matos, que contou com o apoio de Elinaldo em 2024, foi segundo ele, com “aquela entrevista terrível […] ali foi que ele me empurrou para tomar minha decisão”. Após esse episódio, oficializou sua filiação ao PL no dia 15 de julho de 2025, com chancela de líderes nacionais.
“Esperei ele me ligar […] e aí eu entendi que era uma estratégia, que isso tava já bem definido na cabeça dele, que a gente tinha que se afastar […] “Pelo menos com ele, eu não tenho nenhuma mágoa, absolutamente nada […] Elinaldo andava na minha casa, eu andava na casa dele”, disse aos apresentadores.
Em tom forte, Flávio acusou parte da liderança local de atuar como “traidores”. Segundo ele, “Nós tínhamos uma pessoa que levava lideranças do nosso grupo para Caetano”. O conflito teve consequências práticas na campanha municipal de 2024, quando Matos chegou ao segundo turno em Camaçari enfrentando o atual prefeito Luiz Caetano (PT). Dentro desse contexto, a traição interna teria enfraquecido seu desempenho, abrindo fissuras no grupo originalmente coeso.
“Levava os nossos candidatos para o outro lado, dizendo que nós íamos perder a eleição […] As principais pessoas ligadas a eles todas pularam […] Talvez deixamos isso nos contaminar […] era pra gente estar mais forte”, enfatizou.
A escolha pelo PL, segundo Matos, permite recompor sua base de apoio e projetar-se para a disputa de deputado federal em 2026, rompendo acordos prévios que o vinculavam exclusivamente ao suporte de Elinaldo para candidaturas estaduais. A relativa neutralidade da legenda liberta-o para estruturar uma campanha com autonomia.
Especialistas e lideranças locais passaram semanas avaliando os impactos dessa mudança. A migração pode significar tanto uma “ressignificação” da oposição no município quanto uma disputa de espaço entre antigas alianças do União Brasil. Para analistas, ainda é cedo para mensurar qual será o efeito real nas urnas de 2026, mas o recado foi claro: Flávio Matos pretende reconstruir a imagem com base nos próprios valores, agora longe das amarras políticas que o limitaram.
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