União nacional entre centro-direita levanta dúvidas sobre permanência do PSD na base de Jerônimo na Bahia

O Partido Social Democrático (PSD), presidido na Bahia pelo senador Otto Alencar, saiu das urnas em 2024 como a legenda com maior número de prefeitos eleitos no estado: 115 ao todo. A força municipal consolida o partido como protagonista regional. Mas a estabilidade da aliança com o PT baiano está sendo colocada à prova.
O motivo é o avanço de uma articulação nacional entre o presidente da sigla, Gilberto Kassab, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Kassab declarou, em abril, que se Tarcísio decidir disputar a presidência da República em 2026, o PSD pode abrir mão de candidatura própria e integrar uma frente de centro-direita.
A movimentação nacional pressiona os diretórios estaduais, especialmente onde o partido integra governos petistas, como na Bahia, onde Otto é aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Em entrevista ao BNews, Otto admitiu que tem recebido pressões para romper com o governo estadual. “Me pressionaram, inclusive, dizendo que eu não estava respondendo à altura”, afirmou o senador.
Otto também foi claro ao sinalizar que a composição da chapa majoritária de 2026 será decisiva para o futuro da aliança. ““Em nenhum momento, Wagner, Rui, ou, inclusive, o próprio governador Jerônimo, deu um ‘xeque-mate’ que o PSD está fora da chapa. Até porque, se dissesse isso textualmente e me ligasse dizendo ‘vocês não vão participar’, nós sairíamos agora mesmo”.
A movimentação nacional segue em curso. Kassab já indicou que a prioridade é fortalecer uma frente ampla com partidos como Republicanos, PP e União Brasil, o que pode reconfigurar alianças em vários estados.
No plano local, o PSD baiano segue na base de Jerônimo, mas a pressão para que Otto acompanhe a tendência nacional deve crescer nos próximos meses, especialmente diante da disputa por espaço na chapa que será formada para 2026.
A depender das decisões em Brasília, o PSD da Bahia poderá ser forçado a escolher entre manter a lealdade ao PT ou aderir ao novo arranjo nacional, com impactos diretos na eleição estadual e nas pretensões do partido ao Senado.