Câmara de Salvador vota reajuste de professores em meio à greve da rede municipal

Projeto enviado por Bruno Reis prevê 4,28% de reajuste linear. Professores e servidores seguem em greve cobrando valorização

A Câmara Municipal de Salvador deve votar nesta quinta-feira (23) o projeto de reajuste salarial de 4,28% para os servidores públicos municipais, incluindo os profissionais da educação, enviado pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil).

A proposta chega ao plenário em meio à greve deflagrada pela rede municipal de ensino desde o último dia 6 de maio. Professores e servidores cobram valorização profissional e criticam a ausência de diálogo efetivo por parte da Prefeitura.

A paralisação, liderada pela APLB-Sindicato, já afeta milhares de estudantes da capital baiana. Segundo a diretora da entidade, professora Elza Melo, a gestão municipal insiste em um reajuste que “não cobre sequer a inflação do período”. Ela denuncia também o corte de ponto dos grevistas e a ausência de uma proposta que valorize a carreira docente.

O projeto enviado pelo Executivo prevê, além do reajuste linear, a atualização do piso do magistério, mas as lideranças da educação apontam que a medida é insuficiente. A coordenadora pedagógica Denise Souza, que representa o coletivo das coordenadoras da rede, critica o modelo de negociação da Prefeitura: “Estamos sendo convidados para apresentações, não para um debate real sobre as condições de trabalho e salário”.

O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) também se posicionou. Para ele, o projeto “é uma tentativa de desmobilizar a luta dos professores sem resolver o problema central: a falta de investimento na educação pública”.

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