Corregedor avalia medidas após invasão ao plenário da Câmara

Alexandre Aleluia afirma que ainda não recebeu representações, mas que irá apurar eventual participação de servidores e vereadores no episódio

Vereador Alexandre Aleluia / Foto: Diretoria de Comunicação CMS

O episódio de tumulto ocorrido na Câmara Municipal de Salvador, no dia 22 de maio, durante a votação do projeto de reajuste dos professores da rede municipal, segue repercutindo nos bastidores do Legislativo soteropolitano. Em entrevista exclusiva ao PolitiQuestion, o vereador Alexandre Aleluia (União Brasil), atual corregedor da Casa, afirmou que, até o momento, nenhuma representação formal foi apresentada por partidos ou bancadas, mas que a Corregedoria pode agir caso seja constatado envolvimento de servidores ou parlamentares nos atos.

“Não chegou nenhuma representação nesse sentido no meu gabinete”, disse o vereador. “Mas, como prevê o regimento, o corregedor deve apurar o bom funcionamento interno da Casa. Se houver participação de algum servidor, isso deve ser apurado e as medidas cabíveis adotadas.”

A fala de Aleluia refere-se à cena registrada em vídeo e amplamente divulgada nas redes sociais, quando representantes do movimento grevista invadiram o plenário durante a sessão que aprovou, com protestos da oposição e sob forte presença da Guarda Civil, o projeto de reajuste encaminhado pela Prefeitura. A confusão obrigou parlamentares a deixar momentaneamente o espaço e gerou reação imediata da presidência da Câmara.

Aleluia também esclareceu que, no caso de eventual envolvimento de vereadores no tumulto, o procedimento disciplinar depende de provocação externa.

“Se tiver o envolvimento de algum parlamentar, cabe uma representação de partido ou bancada. A partir daí, o presidente da Comissão de Ética, que sou eu, analisa e pode decidir pela relatoria ou arquivamento do caso.”

O PolitiQuestion apurou que, nos bastidores, há pressão de setores da base governista para que o episódio não seja ignorado. A avaliação é que o ambiente tenso na Casa não pode se repetir, sobretudo em temas de forte impacto social, como o da valorização dos servidores da educação.

O reajuste, aprovado por maioria, foi criticado por lideranças do movimento docente, que alegam ausência de diálogo por parte do Executivo. Já o governo municipal sustenta que a proposta está dentro dos limites legais e representa ganho real para parte da categoria.

Até a publicação desta matéria, não havia informações oficiais sobre abertura de qualquer procedimento por parte da Corregedoria.

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