Lideranças tradicionais perdem espaço para novos nomes em Salvador, Camaçari, Brumado e Itabuna

As eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia revelaram um cenário de renovação, disputas acirradas e perda de espaço por parte de lideranças tradicionais em cidades-chave. A movimentação dentro da legenda, que ocorreu no domingo (6), já é vista como indicativo das estratégias para 2026.
Em Salvador, a favorita Ana Carolina foi eleita presidente do diretório municipal com 75% dos votos válidos. Militante de movimentos de juventude e mulheres, ela assume a legenda na capital com o desafio de recuperar o protagonismo petista e preparar a base para as eleições municipais do próximo ano.
Já em Camaçari, o vereador Kaique Ara, líder da bancada petista na Câmara Municipal, foi eleito em chapa única e com votação recorde. A cidade, hoje governada por Luiz Caetano (PT), é vista como estratégica para o projeto de reeleição do presidente Lula e do governador Jerônimo Rodrigues.
Em Itabuna, a vitória de Nina Rosa sobre o atual presidente Jackson Moreira evidenciou uma ruptura. Apoiada pelo presidente da Câmara, Manoel Porfírio, Nina obteve 1.589 votos contra 124 de Moreira, que representa o grupo do ex-prefeito Geraldo Simões. A eleição, no entanto, ainda enfrenta questionamentos formais por parte da ala derrotada.
O cenário mais simbólico da quebra de hegemonias ocorreu em Brumado, onde o grupo do senador Jaques Wagner e do presidente estadual do PT, Éden Valadares, foi derrotado. Jonas Paulo venceu a disputa estadual no município, e Aurelício Santana superou Jackson Leite, aliado de Guilherme Bonfim, ex candidato a prefeitura da cidade e irmão do deputado estadual Vitor Bonfim (PV) na eleição local.
As vitórias de novos quadros e os embates internos demonstram que o PT baiano passa por uma reconfiguração. Os resultados também apontam para um reposicionamento das bases diante do novo ciclo político e dos desafios eleitorais previstos para os próximos anos.