Greve dos professores completa 60 dias sem acordo em Salvador

Impasse com a prefeitura se arrasta desde maio e já afeta 135 mil alunos na capital baiana

Foto: Politiquestion

A greve dos professores da rede municipal de Salvador chega aos 60 dias, sem perspectiva de solução. A paralisação, iniciada em 6 de maio, cobra da prefeitura o pagamento do piso nacional da educação e mais diálogo sobre a valorização da carreira docente.

Desde fevereiro, a APLB-Sindicato reivindica o reajuste para o piso de R$ 4.867,77. A prefeitura, por sua vez, apresentou um projeto com reajuste linear de 4,28%, que chegou a ser votado na Câmara Municipal sob forte tensão. Durante uma sessão extraordinária, servidores em greve invadiram o auditório do Centro de Cultura da Câmara, quebraram vidros e interromperam a votação. Desde então, a proposta segue sem avanço.

De acordo com a gestão municipal, mais de 135 mil alunos estão sem aula, 426 escolas estão paradas e mais de 8.400 docentes aderiram à greve. Em meio à paralisação, professores denunciam cortes salariais, com a prefeitura descontando parte dos vencimentos sob justificativa de ausência injustificada.

A disputa foi parar na Justiça. Em decisão liminar, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) declarou a greve ilegal no dia 7 de maio e fixou multa diária de R$ 15 mil ao sindicato, valor que depois foi ampliado para R$ 100 mil. O STF, por meio do ministro Dias Toffoli, manteve a decisão e determinou o retorno imediato da categoria às salas de aula.

Apesar das decisões judiciais, a paralisação continua. No cortejo cívico do 2 de Julho, data simbólica para a política baiana, os professores levaram faixas ao desfile e receberam apoio do presidente Lula, que exibiu um cartaz com a mensagem “Prefeito, nos devolva o plano e pague o piso”, direcionado a Bruno Reis (União Brasil).

Enquanto isso, a tensão entre o movimento docente e a prefeitura cresce, e a população segue como principal afetada: são milhares de alunos sem aula e sem previsão de retorno.

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