Historiador desvenda camadas religiosas e políticas da Independência da Bahia

No encerramento da série, Murilo Mello revela como fé e política se misturam no 2 de julho. Assista o episódio completo.

O PolitiQuestion encerra sua cobertura especial do 2 de julho com um mergulho nas raízes religiosas e disputas de poder que moldaram a festa mais simbólica da Bahia. Num episódio publicado às vésperas das comemorações, o historiador Murilo Mello conversou com Daniel Viana e Cleiton Mesquita e deu uma aula sobre como a Independência foi sendo sacramentada tanto nos altares quanto nos palanques.

Enquanto o público assistiu ou participou do desfile do caboclo e da cabocla pelas ruas de Salvador, Mello revela que esses ícones nasceram de uma rejeição popular aos heróis europeus: “E aí vamos querer fazer de Thomas Cochrane um herói. Um europeu não vai cair no gosto popular, velho. Um louro europeu, que é isso? Aqui na Bahia não tem vez, né? Quem é o cara genuíno aí na visão daquele povo naquela época? É o homem da terra, é o caboclo, é o indígena, é o nativo”.

Enquanto as câmeras focam no presidente Lula durante o cortejo, o historiador reflete sobre a presença da política na festa: “Aí é uma via de duas mãos. Ocorrem as duas coisas. Existe ali a manifestação genuína do povo, o termômetro da aceitação do político genuinamente, mas existe uma construção de políticos também para se mostrar como aceito pelo povo”.

O episódio, que durou 54 minutos de gravação, foi marcado por revelações sobre documentos raros consultados por Mello no Arquivo Público Nacional. Entre os momentos mais surpreendentes, a explicação sobre como Morro de São Paulo foi estratégico na guerra, tema que será detalhado num futuro especial do PolitiQuestion.

Rolar para cima