Deputado aponta desgaste do presidente e critica dependência do PT na Bahia à imagem nacional

Durante sua participação no podcast PolitiQuestion, o deputado estadual Alan Sanches (União Brasil) fez duras críticas à relação do PT baiano com a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, o grupo político que comanda o estado há quase duas décadas se apoia de forma excessiva na figura do líder nacional por fragilidade local.
“O Jerônimo, o próprio Rui, o Wagner, sempre utilizaram o Lula como uma bengala. E eles estão continuando querendo utilizar o Lula como bengala. Mas pra gente é ótimo. Porque o Lula era uma bengala de dois metros. Agora o Lula está com 80 centímetros.”, ironizou o parlamentar.
Sanches também avaliou que a eleição de 2022 foi fortemente influenciada pela campanha presidencial e atribuiu à força de Lula naquele momento a derrota de ACM Neto na disputa pelo governo da Bahia.
“Porque já está provado que a influência da disputa do governo federal é demais aqui. Vai ter muita influência aqui. Nós perdemos aqui com Neto porque a influência de Lula.”, afirmou.
O deputado reforçou que o PT utiliza o discurso nacional como estratégia para compensar a fragilidade política nas disputas municipais. “Eu acho que eles querem sempre nacionalizar. Porque eles são fracos politicamente aqui em Salvador.”
A fala ocorre num momento em que o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) articula sua pré-candidatura ao governo estadual, com sondagens indicando vantagem sobre Jerônimo Rodrigues. Já o presidente Lula, que esteve presente no cortejo do 2 de Julho pelo quarto ano consecutivo, mantém influência no estado, mas com sinais de desgaste, especialmente entre o eleitorado urbano e jovem.
Sanches defende que a oposição deve apresentar uma candidatura forte com base local, conectada com as demandas regionais, e não apenas reagir ao discurso federal. A crítica aponta para um reposicionamento da direita baiana, que pretende disputar o voto estadual com identidade própria em 2026.