Ministra denuncia tentativas de silenciamento e afirma que foi desrespeitada por exercer seu cargo durante audiência sobre meio ambiente
A audiência da Comissão de Infraestrutura no Senado, nesta terça-feira (27), foi marcada por tensão e desrespeito. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foi interrompida, ofendida e acabou se retirando da sessão após declarações do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou “não respeitá-la como ministra”.
A ministra, no entanto, não deixou o episódio passar em silêncio. Em suas redes sociais, afirmou: “Não posso aceitar ser agredida e não posso me calar quando atribuem a mim responsabilidades que não são minhas.”
Marina explicou que foi convidada à comissão na condição de ministra e que não poderia tolerar que um senador relativizasse seu lugar institucional. “Ouvir de um senador que não me respeita como ministra não me deu outra opção a não ser deixar a comissão”, escreveu.
Além disso, a ministra revelou que esta não foi a primeira vez em que se sentiu agredida pelo mesmo parlamentar. “Na outra vez em que estive no Senado, ele disse que foi muito difícil me ouvir durante seis horas e dez minutos sem me enforcar.”
Marina também apontou que parte dos ataques decorre da tentativa de transferir para ela a responsabilidade por decisões políticas recentes que desmontam a legislação ambiental — ações promovidas, segundo ela, pelo próprio Congresso.
“Voltar ao início do século 20, quando não havia regramento algum… não é uma decisão da ministra Marina Silva. É uma decisão da sociedade brasileira”, afirmou.
O episódio reacendeu discussões sobre o espaço das mulheres na política, especialmente em cargos técnicos. No caso de Marina, o embate revela mais do que divergência sobre a BR-319: evidencia a resistência institucional ao protagonismo feminino no comando de pastas estratégicas.
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