“Política é arte, não processo legal”, diz Lúcio Vieira Lima

Ex-deputado desvenda bastidores da disputa partidária em entrevista ao Politiquestion.

A disputa pelo comando da federação entre MDB e Republicanos na Bahia foi tema do podcast Politiquestion, com participação do histórico líder emedebista Lúcio Vieira Lima. Em entrevista descontraída, o ex-deputado federal desmistificou critérios formais para a liderança: “Política é arte, independência é conveniente para cada um”, declarou, rejeitando a tese de que o partido com mais deputados federais teria direito automático ao controle.

Lúcio destacou a força territorial do MDB: “Veja quantos prefeitos tem o republicano: de dois, trinta e dois? Acho que pode dar cinco ou seis. […] Quantos vereadores tem o MDB? Nós temos um vice-governador”. Os números reforçam a desproporção – o MDB governa 32 municípios contra apenas 2 dos Republicanos.

Sobre a recente derrota republicana em projeto com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), foi taxativo: “Foi as Jornadas que deu a vitória ao MDB […] O caminho do republicano que quer levar a federação foi derrotado pelo povo”. Questionado se o comando seguiria critérios legais, ironizou: “Onde é que está na lei? Vai ser na porrinha [sorteio], no par ou ímpar”.

A análise de Vieira Lima expõe raízes mais profundas: “O republicano quer levar o partido para o Neto [ACM Neto], o MDB quer ficar onde está”. Ele ainda lembrou que os Republicanos compunham a base petista antes de migrar para o grupo de Neto, enquanto o MDB manteve aliança com Jerônimo desde 2022.

Sobre eventuais acordos, preferiu pragmatismo: “Se for para usar qualquer critério, eu faço o que for”, mas ressaltou o peso eleitoral emedebista: “Dobrou, não, triplicou nossa bancada de prefeitos”.

Rolar para cima