PT aposta em chapa puro-sangue na Bahia para 2026

Rui, Wagner e Jerônimo podem repetir fórmula de 2006, que resultou em derrota histórica do carlismo. MDB e PSD reagem.

A formação de uma chapa puro-sangue pelo PT baiano para as eleições de 2026 reacendeu debates na base governista e trouxe à tona o fantasma da eleição de 2006, quando o carlismo foi derrotado após insistir em uma estratégia semelhante.

A ideia de lançar o atual governador Jerônimo Rodrigues (PT) à reeleição, tendo ao seu lado os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa como candidatos ao Senado, é tratada como praticamente certa dentro do núcleo petista. O movimento, no entanto, já provocou reações internas e externas. O senador Ângelo Coronel (PSD), que pretende buscar novo mandato, foi excluído da chapa majoritária. Já o MDB, que ocupa hoje a vice com Geraldo Júnior, exige manter o espaço — e ameaça sair do governo se for ignorado.

A lembrança de 2006 não é à toa. Na época, Paulo Souto, então governador pelo PFL (atual União Brasil), apostou em uma composição fechada, sem abrir espaço para aliados como Geddel Vieira Lima, do PMDB. O resultado foi uma derrota histórica para Jaques Wagner no primeiro turno — marco do início do ciclo petista na Bahia.

Hoje, a situação se inverte: é o PT quem concentra forças e pode pagar caro por isso. A crítica principal é que a “chapa puro-sangue” prioriza nomes tradicionais e ignora o papel de siglas fundamentais na governabilidade estadual e na articulação com o governo federal.

Nos bastidores, aliados avaliam que a formação de uma chapa sem o MDB e o PSD pode causar rachaduras, candidaturas avulsas e até apoio informal à oposição. A pressão é grande, e o Palácio de Ondina terá de mostrar habilidade política para não repetir o erro histórico do grupo que derrotou.

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